Por decisão da Assembléia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 2002, foi instituída a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (DEDS), para o período de 2005 a 2014.
Nesse contexto, a atitude dos governos, cientistas e dos cidadãos a esse questionamento sobre o aquecimento ou resfriamento global é um ponto relevante de reflexão/ação para as gerações presentes e futuras, uma vez que já se sabe que a atual concentração de CO2 na atmosfera está muito acima dos níveis registrados nos últimos 650 mil anos (Science, 2009)!É necessário haver clareza no significado dessa controvérsia científica que, segundo os ganhadores do Prêmio Nobel da Paz, em 2007, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC e Al Gore, defendem a tese de que há uma vinculação da temperatura global às atividades humanas. Porém, esse pensamento não é unânime.
Outra corrente de cientistas argumenta que o planeta estará mais frio dentro de duas décadas, pois o clima é muito mais determinado por radiações cósmicas e outros fatores do que por ações humanas (Alves, 2008).
Portanto, se nem mesmo entre os estudiosos de Meteorologia, Clima, Física etc. existe um consenso, seria inócuo, perguntarmos aos leitores:
– Qual é a sua posição nessa controvérsia científica?
Quando muito, o que poderíamos fazer e, na falta de um parecer conclusivo sobre a matéria, que, com certeza, não pode vir somente da Estatística, apontamos para a possível ocorrência de uma relação de interdependência, que a rigidez das hipóteses de cada lado, talvez, não permita enxergar.
É do nosso entendimento que essa é uma ótima oportunidade para revermos as relações sociais dentro do contexto das interações entre o meio ambiente (estar), a sociedade (ser), a economia produtiva (fazer) e a economia monetária (ter), porque aspirar a um estilo de vida norte-americano, por exemplo, seria praticamente impossível (precisaríamos de mais de cinco planetas Terra!).
O desafio hoje, de todos aqueles atores comprometidos com as questões ligadas ao meio ambiente, passa, inevitavelmente, pela Educação para a Sustentabilidade e Políticas Públicas.
Com relação às políticas públicas sobre mudança de clima, o Brasil por intermédio do Ministério do Meio Ambiente – MMA (www.mma.gov.br), tem se articulado, desde a Eco-92, quando foi o primeiro país a assinar o acordo voluntário de países em reduzir as emissões de gases nocivos, quando da Convenção da ONU sobre Mudança no Clima.
Daquela ocasião em diante, o país criou a sua Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC), instituída na Lei N. 12.187/2009 e regulamentada, recentemente, pelo Decreto N. 7.390/2010.
A Governança da PNMC está a cargo do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM) e de seu Grupo Executivo (GEx).
São instrumentos da PNMC, os seguintes: Plano Nacional sobre Mudança do Clima, Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e a Comunicação do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
O Brasil, também conta com um Forum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) e com Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação, que tinham prazo para serem finalizados até 16/04/2012. Além de estudos sobre o tema, produzidos pelo INPE e CPTEC. Como exemplo, destas produções, temos o estudo:
Mudanças Climáticas e seus Efeitos sobre a Biodiversidade Brasileira, que analisou o perfil evolutivo do clima brasileiro e formulou alguns possíveis cenários do clima nos próximos 100 anos (HTTP://www.noticias.gospelmais.com.br – acesso em: 05/04/12).
A pretensão brasileira para 2020 será de 36,1% e 38,9% de redução de emissões (redução absoluta). Vamos ver se conseguiremos atingir esta meta tão importante. Fazemos votos de que sim!
Referências