Tem aqueles dias que a água bate forte demais…

Essa canção “em partes”

me traduz  nestes dias que que a chuva dentro e fora é intensa.
Ontem choveu tanto que quase não via a frente, não via os lados, não vi nada. Aqueles temporais na alma que fazem por uns instantes você parar tudo pra esperar passar! não porque você quer, porque simplesmente não dá pra seguir a diante.  Me senti esse cavalo correndo na tempestade. Até que parei, e esperei passar…



canta Luiz Marenco
Compositor: Gujo Teixeira

Música: Batendo Água

Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
E as águas que eu trago nele eram pra mim
Asas de noite em meus ombros sobrando casa
Longe “das casa” ombreada a barro e capim


Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro
Nem abro as asas da noite pra um sol de abril
Faz muitos dias que eu venho bancando o tino
Das quatro patas do zaino pechando o frio


Troca um compasso de orelhas a cada pisada
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou



Meu zaino garrou da noite o céu escuro
E tudo o que a noite escuta é seu clarim
De patas batendo n’água depois da várzea
Freio e rosetas de esporas no mesmo trim
Falta distância de pago e sobra cavalo
Na mesma ronda de campo que o céu deságua


Que tem um rumo de rancho pras quatro patas
Bota seu mundo na estrada batendo água
Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro











Sei que dentro do meu poncho tem fibra, guarra, força, coragem, determinação pra sair da tempestade sempre…


Mas um abraço