Cansa sentir quando se pensa. 

No
ar da noite a madrugar 

Há uma solidão imensa

 Que tem por corpo o frio do ar.

Neste momento insone e triste 
Em
que não sei quem hei de ser, 
Pesa-me o informe real que existe 
Na noite antes
de amanhecer.
Tudo isto me parece tudo. 
E é uma
noite a ter um fim 
Um negro astral silêncio surdo 
E não poder viver assim.
(Tudo isto me parece tudo. 
Mas
noite, frio, negror sem fim, 
Mundo mudo, silêncio mudo — 
Ah, nada é isto, nada
é assim!)