Desesperança aprendida

          
              Tempos atrás veio muito na minha mente as palavras “desesperança aprendida”. Pois se podíamos ensinar sobre a esperança em cursos e workshops, em alguns casos até despertar a esperança nas pessoas. Com certeza também devia existir algo que levasse ao aprendizado da desesperança…
Surpresa hoje quando fui procurar pelo google a fora se já se estudava ou falava desse tema. 
               E muito já se fala sim. Existiu até um trabalho de pesquisa de Martin Seligman acerca daquilo a que se chamou desesperança aprendida. Nos anos 60, este autor, começou a sua carreira de investigação em Psicologia com uma investigação com cães em que estes eram submetidos a choques elétricos. Na mesma altura, na Europa em Edimburgo, por coincidência, havia também cientistas a fazer experiências muito parecidas com porquinhos da índia. 
             Fato que tenho constatado na vida dos seres humanos permanentemente expostos aos mesmos ritos, diariamente sem perspectiva, que há sim um  ensinamento sobre desesperança.
Exemplo típico é o servidor público das IFES atualmente, que tem algo “permanente” constante, que é seu trabalho e salário, e aguarda as mudanças de uma forma totalmente diferente dos trabalhadores da iniciativa privada. Vou me explicar.
Os funcionários públicos em geral, tem rotinas e burocracias a cumprir, dia após dia iguais… Isso já por si só gera estresse. Somando a isso a questão de permanecer no cargo a que prestou concurso ate a aposentadoria. Pouca valorização do trabalho, com uma descaracterização da utilidade dos seus serviços. As questões conjeturais não cabe explicar aqui, afinal não é um tratado. Apenas um blog. Mas voltando. Estes funcionários em suas vidas repetitivas e iguais, tem na figura das autoridades constituídas sua esperança de mudança, cada eleição de reitor é a mesma coisa. Que na maioria das vezes não acontece. E com passar dos anos vão aprendendo a “não esperar” mais nada. Isso me faz concluir, aprendem sim a desesperança. Isso tem causado muitas doenças e afastamentos do trabalho. 
As instituições que não se modernizam e não mudam sua gestão de pessoas efetivamente são professoras da desesperança. 
      Isso tem acontecido muito nas universidades federais, e que ironia, as quais deveriam estar produzindo recursos humanos melhores para sociedade. Mas não sabem fazer a lição em casa muitas vezes.
E colocam seus trabalhadores na escola da mesmice quando não da mediocridade, e no fim a desesperança aprendia leva ao diploma de “encostado nas costas do povo” isso se chegar a aposentadoria, se não reprovar e parar no caminho como aqueles que são aposentados por invalidez, jogados pra fora como inúteis… Ah! Mas ainda tem aqueles que saem por ai a usar sua criatividade e talentos em outras paragens, estes não adoecem usam a chancela que o status lhe dá e ponto.  É o caso de alguns phdeuses que parecem estar nas IFES apenas pelo título, e sua vida privada é que importa.
Quando vi presidenciáveis a dizer que irião investir na educação ( não nos prédios mas em pessoas), que serão dos próximos professores? 
Eu fico pensando cá com meus botões, será que não era mais fácil investir dindin na clonagem e reproduzir professores a partir da copia de um ou outro bom que tenha por ai…? Pois se conhecerem os bastidores das universidades por exemplo, veriam que a desesperança foi aprendida. Até novos servidores (técnicos e docentes) que  passam em novos concursos estão chegando com a contagem regressiva na mão, esperando o estágio probatório acabar; pra dai sim ele mostrar ao que vieram. Claro não dá pra generalizar em nenhum dos casos. 
Mas não adianta se revoltar ao ler, pois que pouco se  sobra, isso é verdade.
Não é de admirar a sociedade que temos. Os profissionais que colocamos no mercado…