Ontem precisei do poema “Invictus” como inspiração…

O poema “Invictus”, que significa “invencível” em latim, foi composto por William Ernest Henley (1849–1903), um poeta britânico que viveu na era vitoriana. Ele escreveu o poema em 1875, quando estava se recuperando de uma cirurgia na perna, e o publicou pela primeira vez em 1888, no seu livro Book of Verses. O poema expressa a determinação e a coragem diante das adversidades, e foi uma fonte de inspiração para Nelson Mandela, o grande líder da luta contra o regime racista do Apartheid na África do Sul.

Mandela passou 27 anos preso em Robben Island, onde era submetido a trabalhos forçados e torturas. Durante esse tempo, ele recitava o poema “Invictus” para si mesmo e para seus companheiros de cela, buscando conforto e esperança nas palavras de Henley. O poema o ajudou a resistir e a acreditar em um futuro melhor. Mandela reconheceu que o poema foi um dos seus maiores aliados na sua jornada de libertação. E vez ou outra recordo que, caminhar é preciso. Parar não! Não importa o que nos aconteça, seja um mal estar ou perder seu lar com tudo que tem dentro. Ou ainda, o luto por perder pessoa amada. Ou ainda a saúde, ou 50 quilos. Seja o que for dói; e a dor a gente respeita, chora, medita e levanta a poeira e da volta. Mas segue sem sofrimento. Seguimos respeitando o que foi vivido… E as noites escuras da alma.

Do fundo desta noite que persiste

A me envolver em breu – eterno e espesso,

A qualquer deus – se algum acaso existe,

Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,

Sob os golpes que o acaso atira e acerta,

Nunca me lamentei – e ainda trago

Minha cabeça – embora em sangue – ereta. 

Além deste oceano de lamúria,

Somente o Horror das trevas se divisa;

Porém o tempo, a consumir-se em fúria,

Não me amedronta, nem me martiriza. 

Por ser estreita a fenda – eu não declino,

Nem por pesada a mão que o mundo espalma;

Eu sou o senhor de meu destino;

Eu sou o capitão de minha alma. 

Do fundo desta noite que persiste

A me envolver em breu – eterno e espesso,

A qualquer deus – se algum acaso existe,

Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,

Sob os golpes que o acaso atira e acerta,

Nunca me lamentei – e ainda trago

Minha cabeça – embora em sangue – ereta.

Somente o Horror das trevas se divisa;

Porém o tempo, a consumir-se em fúria,

Não me amedronta, nem me martiriza. 

Por ser estreita a fenda – eu não declino,

Nem por pesada a mão que o mundo espalma;

Eu sou o senhor de meu destino;

Eu sou o capitão de minha alma.