Profa. Edmeire C. Pereira
Departamento de Ciência e Gestão da
Informação da Universidade Federal do Paraná
Curitiba/PR – Brasil
O Curso de Bacharelado em Gestão da
Informação da UFPR dispõe em sua grade curricular de uma disciplina semestral
optativa intitulada Tópicos Especiais em Gestão da Informação (SIN-140). Por se
tratar de uma disciplina não obrigatória aos alunos, cada professor que a
assume imprime a sua “marca” com algum assunto de sua especialidade. Nesse ano
de 2012, no primeiro semestre, assumimos tal disciplina, com o enfoque da
Informação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, devido ao nosso
envolvimento com essas questões por ocasião da criação do Laboratório de Ecossocioeconomia (Ecolab), com o Prof. Dr. Blas E.
Caballero Nunes, junto ao Setor de Ciências Sociais Aplicadas da referida
Universidade, no período de 2005 a 2010.
Tal disciplina tem por objetivo geral
“Estimular nos acadêmicos a criação de projetos de Informação e
Sustentabilidade Ambiental e Digital, para que tenham uma oportunidade de unir
conhecimentos teórico-práticos de Gestão Estratégica da Informação com
Desenvolvimento Sustentável”.
De acordo com esse objetivo geral,
foram formulados dez objetivos específicos, que os alunos deverão alcançar ao
término da disciplina. Todos esses objetivos estão centrados em dois grandes
blocos de conteúdos: 1- noções sobre desenvolvimento sustentável; 2- noções
sobre gestão estratégica da informação ambiental. O objetivo específico de
número dois, visa que os alunos venham a “reconhecer os diferentes  indicadores de geração de renda das economias
dos países, de conformidade com os objetivos que se têm: mensuração da
produtividade (PIB); qualidade de vida (IDH); bem-estar econômico (IBE); pegada
ecológica; Índice Dow Jones de
Sustentabilidade, etc.
Como se vê, existe uma infinidade de
indicadores, para medir as mais variadas coisas. Neste texto, trataremos em
especial, de um indicador social bastante interessante denominado FIB –
Felicidade Interna Bruta.

O FIB surgiu das ideias de um jovem
rei do Butão, em 1972, que declarou: “A
felicidade interna bruta é mais importante do que o produto interno bruto!”.

Esse pensamento holístico se espalhou pelo mundo e foi adotado pelo PNUD –
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, como um interessante
indicador socioeconômico, que já se preocupava àquela época, com a questão da
sustentabilidade ambiental.

Para aquele povo o Desenvolvimento da nação devia estar
associado com a Felicidade das
pessoas, por entender que esta não deveria estar associada somente com bens
materiais e também, com bens espirituais e até emocionais.
Mas, o que é, então, Felicidade,
nessa perspectiva holística, onde o todo é mais importante, do que as partes? É
ter mais sentimentos positivos, do que negativos, num período de longo prazo.
 Ou, como na visão de CHRISTY (2008), é
combater os cinco “mitos da felicidade”, a saber: “não há felicidade duradoura,
somente momentos felizes”; “atingir esse estado de imperturbabilidade emocional
é impossível”; “para se atingir esse estado de imperturbabilidade emocional é
preciso tornar-se uma pessoa fria, sem emoções”; “a felicidade é condicional,
pois não é feliz quem não tem emprego, quem está passando por dificuldades
financeiras ou amorosas ou está enfrentando uma situação de traição
profissional, enfim, se as situações externas forem demasiadamente negativas,
simplesmente não há como se sentir feliz”; “a felicidade é diferente para cada
pessoa”.
Enfim, para esta autora, a felicidade
é sinônimo de “maturidade emocional” (www.vivacarpediem.com).

E, no caso dos países? Como ficam?
Vejamos o caso do Brasil, que hoje, já é considerado como a sexta economia
mundial, em termos de PIB – Produto Interno Bruto, que mede todas as riquezas
do país. No entanto, não é preciso ir muito longe, para perceber que o Brasil
não é um país feliz. Talvez, alegre, sim! Mas, feliz, ainda, não! Pois temos
muitos problemas sociais para resolver, ainda… Inclusive, em pesquisa
internacional sobre isso, o Brasil ficou em vigésimo quinto lugar como país
feliz. O primeiro lugar foi para a Dinamarca. Portanto, temos muitas coisas
para resolver, para nos tornarmos felizes ou, pelo menos, descobrir o que nos
faz felizes? Estudiosos da FGV estão pesquisando isso, ou seja, o que faz os
brasileiros felizes? (www.fgv.org.br).

O FIB está assentado em nove eixos
principais e trinta e três indicadores. Seus eixos são: padrão de vida;
bem-estar psicológico; educação; saúde; diversidade ecológica; boa governança;
uso do tempo; diversidade cultural e vitalidade comunitária.  
Os objetivos principais do FIB são:
atingir as políticas públicas e complementar os índices de IDH e GINI, que mede
a desigualdade social. Ou seja, medir a satisfação e a qualidade de vida das
pessoas, captando as suas aspirações e anseios de vida.
Enfim, cabe a todos os brasileiros
definir com clareza o que é felicidade para a nossa gente, para a nossa cultura
e cuidar de desenvolver os melhores indicadores para medi-la, posto que os
pilares do FIB são: “a promoção de um desenvolvimento socioeconômico
sustentável e igualitário; preservação e promoção de valores culturais;
conservação do meio ambiente natural e estabelecimento de uma boa governança”
(MIRANDA, 2012).
À propósito, caros leitores, o que me
faz feliz no momento, não é nem PIB, nem FIB e sim, um bom quibe! Até à próxima
semana…
Referências:
BHUTAN 2020.  A vision for
peace, prosperity and happiness

Bhutan: Royal Government of Bhutan: Planning Comission.  Disponível em: http://unpan1.un.org/ – Acesso em: 13/06/12.
CHRISTY, F.  Os
mitos da felicidade
: relatório julho de 2008.  Disponível em: HTTP://www.vivacarpediem.com 
– Acesso em: 13/06/12.
MIRANDA, E. R. B. de.   FIB –
Felicidade interna bruta
: seminário. 
Curitiba: UFPR/DECIGI, 2012. 15p.