SOBRE FÁBULAS:

Você sabe o que é uma fábula? Quem nunca ouviu uma?

Etimologicamente, fábula, vem do latim fabula, “história”, “jogo ou narrativa”.

Em termos semânticos, fábula quer dizer: narrativa figurada, gênero narrativo, composição literária curta, escrita em verso ou prosa, em que as personagens são animais com características humanas, que interagem e passam “lições de moral”, principalmente, às crianças e aos Homens.

As primeiras fábulas conhecidas são do grego Esopo (620-560 a.C.), na Grécia Antiga. Por exemplo: “A Raposa e as Uvas” e “A Cigarra e a Formiga”, dentre outras.

La Fontaine, foi outro escritor francês, que produziu várias fábulas. Foi também um exímio contador de histórias.

Alguns exemplos de fábulas: O Galo e a Pérola; O Cão e a Máscara; O Cão e a Carne; A Mosca e o Carro; O Homem e a Doninha; O Sol e as Rãs; A Galinha dos Ovos de Ouro; O Leão e o Macaco; O Lobo e o Dogue; A Raposa e o Socó; Fábulas de Paulo Coelho e outras.

FÁBULA DA ESCOLA DE ANIMAIS:

Tomei conhecimento da Fábula da Escola dos Animais pelo livro do Prof. Enrico G. F. Polloni, “Sistemas de Informação: estudo de viabilidade” (SP: Futura, 2000, p.18-19), onde no primeiro capítulo daquele livro, o autor discutia sobre a Informação na Sociedade da Informação e os avanços das Tecnologias de Informação no século XX, passando dos períodos “jurássico da TI”, sociedade cosmo-industrial e pela sociedade do bem-estar. A preocupação do autor era discutir “qual é a meta do homem e da máquina nessa evolução desenfreada que se prolongará no próximo século”.

O século XXI já chegou e avançamos muito nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), mas o que dizer de nossas atitudes e ações cada vez mais “tresloucadas”? Segundo Polloni, os educadores conhecem essa fábula e riem dela, mas não tomam nenhuma providência a respeito…

Vamos à Fábula da Escola dos Animais:

“Era uma vez, um coelho, um pássaro, um peixe, um esquilo, um pato e outros animais que resolveram fundar uma escola. Sentaram-se todos para escrever o currículo. O coelho insistiu para que a corrida figurasse no currículo. O pássaro insistiu para que o voo constasse do currículo. O peixe insistiu pela natação. O esquilo insistiu para que a escalada em árvores figurasse no currículo. Todos os outros animais queriam que suas especialidades também figurassem no currículo, de modo que incluíram tudo e depois cometeram o grande erro de insistir para que todos os animais fizessem todos os cursos. O coelho foi magnífico na corrida; ninguém sabia correr como ele. Mas teimaram em dizer que era uma boa disciplina intelectual e emocional ensinar o coelho a voar. Assim, insistiram para que o coelho aprendesse a voar. Puseram-no num galho e disseram: “Voe, coelho” E o pobre coitado saltou, quebrou a pata e fraturou o crânio. Teve uma lesão cerebral e depois não conseguiu mais correr muito bem. Assim, em vez de ter um A na corrida, ficou com C e teve D em voo, porque, afinal, estava tentando. A comissão do currículo ficou satisfeita. O mesmo se deu com o pássaro: voava como um louco por toda parte, dando voltas e reviravoltas. Iria ganhar um A, mas insistiram para que ele fizesse buracos no chão como uma toupeira. Claro que o pássaro quebrou o bico e as asas e tudo o mais, e aí não sabia mais voar. Mas ficaram muito satisfeitos e lhe deram um C no voo, e assim por diante. E sabem quem foi o melhor aluno daquela turma? Uma enguia abobalhada, que sabia fazer quase tudo razoavelmente. A coruja abandonou os estudos e agora vota contra todos os impostos que tenham a ver com escolas”.

Moral da história: devemos sempre respeitar as potencialidades das pessoas, sejam elas quais forem, principalmente, quando formos trabalhar cm equipes de pessoas/talentos. Todos têm algo a nos ensinar e nós, também, temos a capacidade de ensinar e aprender com os outros.

 

MINHA  BREVE APRESENTAÇÃO:

Meu nome é Edmeire Cristina Pereira e sou docente há 25 anos na UFPR. Já lecionei para o Curso de Graduação em Biblioteconomia e Documentação e, desde 1999, leciono para o Curso de Gestão da Informação. Leciono para o Eixo de Ciência da Informação dentro do Curso de GI. Dessa experiência profissional, vão brotar algumas fábulas que recebi em cursos que fiz e que as transmiti para meus alunos, em várias disciplinas que lecionei. Os temas são gerenciais e/ou comportamentais. Sua escolha é ocasional/intensional e visa tão somente contribuir com reflexões para os navegadores do sítio do Instituto In-Vida, mas com a esperança de que produzam alguma “práxis”, por aqueles navegadores/leitores que se sentirem “tocados” pelas mensagens que serão veiculadas. Os meus agradecimentos sinceros à minha colega e amiga Maria Rita T. Michalski –irmã de coração, que me deu essa oportunidade de manejar a palavra escrita para tantas pessoas.