Charley Gill
“É inegável a velocidade e a intensidade das transformações que nossa área vem passando. É fácil para qualquer um, concordar com essa colocação como participante ou apenas observador de nosso dia-a- dia. Mas, o que tem sido feito, por cada um de nós, para acompanhar essas mudanças tão turbulentas?
Estamos mudando nosso espírito de participação, nossos sistemas de trabalho e, principalmente, o nosso comportamento para enfrentar e vencer esse desafio e passar de observadores para participantes ativos inerentes aos funcionários maduros e conscientes? É aqui que entra a “Síndrome do Sapo Fervido”, de autoria de Charley Gill”.
Recebi este texto, quando fiz um curso livre na PROGEPE/UFPR sobre Gestão
Estratégica, ministrado pelo querido Prof. de Administração de Empresas do
DAGA/UFPR – Me. Osmar Rocha (aposentado), em 2012. Segundo o Prof. Osmar Rocha (2012):
Vamos à história:
Vários estudos biológicos provaram que um sapo colocado num recipiente com a
mesma água de sua lagoa fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água,
até que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento da temperatura (mudanças do
ambiente) e morre quando a água ferve. Inchadinho e feliz. Por outro lado, outro sapo
que seja jogado nesse recipiente já com água fervendo salta imediatamente para fora.
Meio chamuscado, porém, vivo!
Alguns dos nossos funcionários têm um comportamento similar ao do sapo fervido: não
percebem as mudanças, acham que está tudo bem, que vai passar, que é só dar um
tempo! E, “param ou continuam” num mesmo ritmo “morrendo” inchadinhos e felizes,
sem ter percebido as mudanças. Outros, graças a Deus, ao serem confrontados com as
transformações, pulam, saltam, em ações que representam, na metáfora, as mudanças
necessárias.
Temos vários sapos fervidos, por aí. Prestes a morrer, porém, boiando estáveis e
impávidos, na água que se aquece a cada minuto.
Os sapos fervidos não perceberam, também, que além de ser eficientes (fazer certo as
coisas), precisam ser eficazes (fazer as coisas certas). E que, para isso, o clima interno
tem que ser favorável ao crescimento profissional, com espaço para o diálogo, para a
comunicação clara, para o compartilhamento, para o planejamento e para uma relação
adulta. O desafio ainda maior está na humildade de atuar de forma coletiva.
Fizemos, durante muitos anos, o culto ao individualismo, e a turbulência exige, hoje, o
esforço coletivo, que é a essência da eficácia, como resposta. Tornar as ações coletivas
exige, fundamentalmente, muita competência interpessoal para o desenvolvimento do
espírito de equipe, exige saber partilhar o poder, delegar, acreditar no potencial das
pessoas e saber ouvir.
Os sapos fervidos ainda acreditam que o fundamental é a obediência e não, a
competência; que manda quem pode e obedece quem tem juízo. Acordem sapos
fervidos! Saiam dessa, as coisas estão mudando, pulem fora, antes que a água ferva. A
área precisa de vocês vivos, meio chamuscados, mas vivos e prontos para agir.”
Moral da história: devemos aprender a não nos comportar como “sapos fervidos”, pois
temos de estar sempre vigilantes com o que fazemos, principalmente, no trabalho; estar
atualizados, procurar fazer trabalhos em equipes, privilegiar avaliações coletivas e não
somente, individuais e, o mais importante de tudo: humildade para aprender e
desaprender continuamente; caso contrário, correremos o risco de sermos “trocados”
por robôs, algoritmos, inteligência artificial ou coisa que o valha, no mercado de
trabalho. Utopia ou realidade? A resposta está em suas mãos, caro leitor…
INSTITUTO IN-VIDA.COM.BR
Coluna de: Profa. Edmeire C. Pereira/UFPR
Título da Coluna: “Refletindo sobre temas gerenciais à moda de fábulas”
Envio dos textos: mensal (primeiro dia útil do mês)
Início: Mês de setembro de 2018
MINHA BREVE APRESENTAÇÃO:
Meu nome é Edmeire Cristina Pereira e sou docente há 25 anos na UFPR. Já lecionei para o Curso de Graduação em Biblioteconomia e Documentação e, desde 1999, leciono para o Curso de Gestão da Informação. Leciono para o Eixo de Ciência da Informação dentro do Curso de GI. Dessa experiência profissional, vão brotar algumas fábulas que recebi em cursos que fiz e que as transmiti para meus alunos, em várias disciplinas que lecionei. Os temas são gerenciais e/ou comportamentais. Sua escolha é ocasional/intensional e visa tão somente contribuir com reflexões para os navegadores do sítio do Instituto In-Vida, mas com a esperança de que produzam alguma “práxis”, por aqueles navegadores/leitores que se sentirem “tocados” pelas mensagens que serão veiculadas. Os meus agradecimentos sinceros à minha colega e amiga Maria Rita T. Michalski –irmã de coração, que me deu essa oportunidade de manejar a palavra escrita para tantas pessoas.
SOBRE FÁBULAS:
Você sabe o que é uma fábula? Quem nunca ouviu uma?
Etimologicamente, fábula, vem do latim fabula, “história”, “jogo ou narrativa”.
Em termos semânticos, fábula quer dizer: narrativa figurada, gênero narrativo, composição literária curta, escrita em verso ou prosa, em que as personagens são animais com características humanas, que interagem e passam “lições de moral”, principalmente, às crianças e aos Homens.
As primeiras fábulas conhecidas são do grego Esopo (620-560 a.C.), na Grécia Antiga. Por exemplo: “A Raposa e as Uvas” e “A Cigarra e a Formiga”, dentre outras.
La Fontaine, foi outro escritor francês, que produziu várias fábulas. Foi também um exímio contador de histórias.
Alguns exemplos de fábulas: O Galo e a Pérola; O Cão e a Máscara; O Cão e a Carne; A Mosca e o Carro; O Homem e a Doninha; O Sol e as Rãs; A Galinha dos Ovos de Ouro; O Leão e o Macaco; O Lobo e o Dogue; A Raposa e o Socó; Fábulas de Paulo Coelho e outras.